TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) engloba diferentes condições marcadas por perturbações do desenvolvimento neurológico, todas relacionadas com dificuldade no relacionamento social.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) engloba diferentes condições marcadas por perturbações do desenvolvimento neurológico com três características fundamentais, que podem manifestar-se em conjunto ou isoladamente. São elas: dificuldade de comunicação por deficiência no domínio da linguagem e no uso da imaginação para lidar com jogos simbólicos, dificuldade de socialização e padrão de comportamento restritivo e repetitivo.
Também chamado de Desordens do Espectro Autista (DEA ou ASD em inglês), recebe o nome de espectro (spectrum), porque envolve situações e apresentações muito diferentes umas das outras, numa gradação que vai da mais leves à mais grave. Todas, porém, em menor ou maior grau estão relacionadas, com as dificuldades de comunicação e relacionamento social.
Tipos de autismo
Conforme o quadro clinico, o TEA pode ser classificado em:
- Autismo clássico: grau de comprometimento pode variar de muito. De maneira geral, os indivíduos são voltados para si, não estabelecem contato visual com as pessoas nem com o ambiente; conseguem falar, mas não usam a fala como ferramenta de comunicação. Embora possam entender enunciados simples, têm dificuldade de compreensão e apreendem apenas o sentido literal das palavras. Não compreendem metáforas nem o duplo sentido. Nas formas mais graves, demonstram ausência completa de qualquer contato interpessoal. São crianças isoladas, que não aprendem a falar, não olham para as outras pessoas nos olhos, não retribuem sorrisos, repetem movimentos estereotipados, sem muito significado ou ficam girando ao redor de si mesmas e apresentam deficiência mental importante;
- Autismo de alto desempenho (também chamado de síndrome de Asperger): Os portadores apresentam as mesmas dificuldades dos outros autistas, mas numa medida bem reduzida. São verbais e inteligentes. Tão inteligentes que chegam a ser confundidos com gênios, porque são imbatíveis nas áreas do conhecimento em que se especializam. Quanto menor a dificuldade de interação social, mais eles conseguem levar vida próxima à normal.
- Distúrbio global do desenvolvimento sem outra especificação (DGD-SOE): Os indivíduos são considerados no espectro do autismo (dificuldade de comunicação e de interação social), mas os sintomas não são suficientes para incluí-los em nenhuma das categorias específicas do transtorno, tornando o diagnóstico muito mais difícil.
Incidência do autismo
Não faz muito tempo, o autismo era considerado uma condição rara, que atingia uma em cada 2 mil crianças. Hoje, as pesquisas mostram que uma em cada cem crianças (algumas pesquisas indicam que o transtorno é ainda mais frequente) pode ser diagnosticada com algum grau do espectro, que afeta mais os meninos do que as meninas. Em geral, o transtorno se instala nos três primeiros anos de vida, quando os neurônios que coordenam a comunicação e os relacionamentos sociais deixam de formar as conexões necessárias.
As manifestações na adolescência e na vida adulta estão correlacionadas com o grau de comprometimento e com a capacidade de superar as dificuldades seguindo as condutas terapêuticas adequadas para cada caso desde cedo.
O diagnóstico é essencialmente clínico. Baseia-se nos sinais e sintomas e considera os critérios estabelecidos por DSM–IV (Manual de Diagnóstico e Estatística da Sociedade Norte-Americana de Psiquiatria) e pelo CID-10 (Classificação Internacional de Doenças da OMS), o comprometimento e o histórico do paciente.
Causas do autismo
Estudos iniciais consideravam o transtorno resultado de dinâmica familiar problemática e de condições de ordem psicológica alteradas, hipótese que se mostrou improcedente. A tendência atual é admitir a existência de múltiplas causas para o autismo, entre eles, fatores genéticos, biológicos e ambientais. No entanto, saber como o cérebro dessas pessoas ainda é um mistério para ciência.
Tratamento do autismo
Ainda não se conhece a cura definitiva para o transtorno do espectro do autismo. Da mesma forma, não existe um padrão de tratamento que possa ser aplicado em todos os portadores do distúrbio. Cada paciente exige um tipo de acompanhamento específico e individualizado que exige a participação dos pais, dos familiares e de uma equipe profissional multidisciplinar visando à reabilitação global do paciente. O uso de medicamentos só é indicado quando surgem complicações e comorbidades.
Papel da família ao lidar com o autismo!
O diagnóstico de autismo traz sempre sofrimento para a família inteira. Por isso, as pessoas envolvidas — pais, irmãos, parentes — precisam conhecer as características do espectro e aprender técnicas que facilitam a autossuficiência e a comunicação da criança e o relacionamento entre todos que com ela convivem. Crianças com autismo precisam de tratamento e suas famílias de apoio, informação e treinamento.
Recomendações para lidar com o autismo!
Ter em casa uma pessoa com formas graves de autismo pode representar um fator de desequilíbrio para toda a família. Por isso, todos os envolvidos precisam de atendimento e orientação especializados;
É fundamental descobrir um meio ou técnica, não importam quais, que possibilitem estabelecer algum tipo de comunicação com o autista;
Autistas têm dificuldade de lidar com mudanças, por menores que sejam; por isso é importante manter o seu mundo organizado e dentro da rotina;
Apesar de a tendência atual ser a inclusão de alunos com deficiência em escolas regulares, as limitações que o transtorno provoca devem ser respeitadas. Há casos em que o melhor é procurar uma instituição que ofereça atendimento mais individualizado;
Autistas de bom rendimento podem apresentar desempenho em determinadas áreas do conhecimento com características de genialidade.
Se você gostou desse texto vai lá no nosso canal do YouTube e assiste também nossos vídeos para ficar por dentro de tudo, e lá nas nossas redes sociais, Facebook, Instagram e Tik Tok, postamos muitas coisas que você também gostará, não deixa de conferir.
Um grande abraço, e não esqueça de compartilhar esse texto com todas as pessoas que você conhece para ajudar cada vez mais pessoas.
Fontes:
Imagens: Google
https://www.google.com.br/?hl=pt-BR
Livros:
- Em Algum Lugar nas Estrelas — Clare Vanderpool (Darkside)
- O Cérebro Autista — Temple Grandin e Richard Panek (Editora Record)
- Eleanor Oliphant Está Muito Bem — Gail Honeyman (Editora Fábrica 231)
- Mundo Singular — Ana Beatriz Barbosa Silva, Mayra Bonifácio Gaiato e Leando Thadeu Reveles (Editora Fontanar)
- A Verdade Segundo Ginny Moon — Benjamin Ludwig (Editora Verus)
- Autismo: Não Espere, Aja Logo — Paiva Júnior (Editora M. Books)
- A Diferença Invisível — Mademoiselle Caroline e Julie Dachez (Editora Nemo)
- Brilhante — Kristine Barnett (Editora Zahar)
- A Escova de Dentes Azul — Marcos Mion (Panda Books)
- Autismo: Compreender e Agir em Família — Sally J. Rogers, Geraldine Dawson e Laurie A. Vismara (Editora Lidel)
- O Que Me Faz Pular — Naoki Higashida (Intrínseca)
- Anjo Desgarrado — Denise Bondan (Editora Litteris)
Sites: